A primeira é de autoria de Luisa Prochnik, puclicada originalmente em 26/10/11 no Portal Globo.com e que me traz como personagem. O link direto é http://glo.bo/sjwztb
Segue:
Turismo associado à corrida
permite ao viajante passear de
forma diferente
Em suas férias, Rodrigo Damasceno escolhe roteiro por lugares que tenham maratonas e sua preparação inclui muito treino e uma olhadinha nos guias
Por Luisa ProchnikRio de Janeiro
Momento de férias para alguns significa dar um tempo de tudo, o famoso botar os pés para o ar. Mas por que para o ar se eles, no momento de folga do trabalho, podem rodar por ruas mundo afora em busca de turismo e diversão? Pois bem, é assim que pensa Rodrigo Damasceno. Desde seu retorno à corrida, em 2007, ele vai aproveitando a oportunidade de viajar e correr maratonas, sempre acompanhado de sua máquina e da bandeira do Brasil.
- Quando são cidades que eu já conheço, antes fico imaginando correndo por lá. Se forem cidades que eu nunca vi, como as duas em que eu fui este ano, que não conhecia nada, eu vou pesquisando por onde vou correr e começo a descobrir o que tem pelo caminho – contou Rodrigo.
Seus dois últimos desafios foram a Maratona de Berlim, na Alemanha, e a de Amsterdã, na Holanda. Número até baixo de corridas nas férias para alguém que, ano passado, aproveitou para correr dez provas, sendo nove maratonas, em oito semanas de viagem pela Europa:
- Algumas vezes o treino para uma maratona é outra maratona.
- Ano passado eu fiz essa viagem sozinho. Então, eu podia me dar o luxo para ir para as cidades das maratonas. Este ano eu fiz a viagem com mais dois amigos. Então, tentei conciliar uma maratona no início da viagem e outra no fim da viagem – explicou ele.
O melhor tempo da sua vida em maratonas foi em Barcelona, com 4h09m. Mas não é só pela performance que a cidade deixou lembranças.
- Barcelona foi sensacional do início ao fim. A cidade é sensacional, é uma das minhas favoritas e correr lá foi maravilhoso – relembrou.
Ela foi a primeira das oito que viriam na sequência. Maratona em Viena, na Itália, na Inglaterra, no asfalto e também em trilhas. Tudo sempre com o mesmo objetivo: cruzar a linha de chegada. Esta meta é o que movimenta e dá força aos corredores de longa distância. E para alcançar cada objetivo, é necessário treinar. Então, a pergunta é: como conciliar a vida de corredor de maratona com todo o resto, ou seja, trabalho, amigos e família?
- Vida social normal. Aí ou acorda muito cedo para treinar, que eu não sou muito fã, mas de vez em quando é necessário, ou chega do trabalho e vai correr, que é o que eu costumo fazer.Fim de semana eu tento planejar o máximo para não deixar de fazer as coisas que eu considero importantes, como sair com os amigos – respondeu.
Essa determinação foi testada na Maratona de Berlim. Rodrigo estava com uma bolha, já seca, no pé esquerdo. Mas o machucado em contato com o esparadrapo ficou em carne viva e no quilômetro 15 ele não consegui mais correr.
- Na verdade, eu mal conseguia andar – confessou, sorrindo ao lembrar do momento no meio da prova.
Demorou mais 15 km até encontrar um médico. Trocou o curativo e seguiu em frente. O que passava pela sua cabeça?
- Completar a prova custe o que custar.
E assim foi. Fez em 5h38m, quase duas horas a mais que o planejado, mas ele cruzou a linha de chegada. E todo o seu esforço foi presenteado em Amsterdã. Sem expectativa de fazer uma boa prova, estava sem treinar, curtindo a viagem, Rodrigo fez seu melhor tempo do ano, 4h32m.
Relaxado, isso pode ter contribuído para a ótima prova, mas, também, um outro pequeno detalhe:
Relaxado, isso pode ter contribuído para a ótima prova, mas, também, um outro pequeno detalhe:
- Tinha que chegar o mais rápido possível por que o avião saía no mesmo dia.