quarta-feira, 18 de novembro de 2009

1ª Maratona Cross Country de Búzios

Sou carioca, e nunca tinha sequer visitado a linda cidade de Armação dos Búzios, conhecida mundialmente somente por Búzios, graças à famosíssima Brigitte Bardot. Resolvi conhecer Búzios durante o fim de semana do feriado da Proclamação da República, justamente quando aconteceria a 1ª Maratona Cross Country de Búzios.

Sexta feira, dia 13 de Novembro, encontro com a minha equipe na orla do Leme e parto de carro para Búzios. Algumas horas depois, já estou na Rua das Pedras, com alguns amigos corredores conversando sobre o que nos esperava dois dias depois.



Na orla Bardot


Sábado era dia de pegar o kit e curtir a praia da Azedinha, uma praia escondida e pequena, que só se chega a pé. Lá encontrei um amigo meu de infância que me apresentou uma máquina fotográfica à prova d’água. Tiramos algumas fotos embaixo d’água e nos despedimos. Era hora do almoço e logo depois tinha o congresso técnico.

Na saída do Congresso


Já tinha uma idéia da dificuldade da prova, mas foi no congresso que descobri que a prova seria muito difícil. E meu objetivo era somente completar, já que no outro fim de semana teria a Maratona de Curitiba. Foram anunciados postos a cada 3,5km, o que daria um bom abastecimento, fato que não se comprovou ao longo de toda a prova. Tomei coragem e fui dormir, pois a largada seria dada no dia seguinte às 7h e a prova tinha previsão de acabar às 14h, com o tempo máximo de 7h, 1h a mais do que uma Maratona “normal”.

O despertador estava programado para às 5h, mas antes disso eu já estava de pé, de banho tomado e com a roupa da corrida. Foi a maldita TPM (Tensão Pré-Maratona)! Um pouco antes das 7h lá estava eu na Rua das Pedras novamente, mas dessa vez era para correr. Encontrei grandes amigos lá, meu treinador também estava lá para correr. Um pouco depois das 7h tocaram o hino nacional, fizeram a contagem regressiva e foi dado o tiro de largada.

Eu e Manel, meu treinador


Nós, os Marathon Maniacs

Desde o início eu sabia onde era o meu lugar: no final da fila. A maioria dos competidores era de equipes de duplas e quartetos, que correm numa velocidade maior. Comecei a correr devagar. Minha previsão era de chegar na primeira metade em menos de 3h e no final em mais 3h30. Então lá fui eu, devagar e sempre. Até o primeiro posto de troca (cada um era posicionado a cada quarto de prova) foi tudo maravilhoso. Algumas subidas e descidas, mas nada assustador.

Já o segundo trecho não era tão fácil. Já no inicio tínhamos que correr numa trilha fechada, com pouca sinalização. Mas era o caminho certo, e segui a diante. Dessa vez as subidas eram grandes, e a areia das praias não era tão dura. Ou seja, foi um trecho difícil. Consegui chegar na metade da prova antes das 3h previstas. Na primeira metade passamos pelas praias da Ferradura, Geribá e Tucuns.

Correndo e hidratando!

Correndo ladeira abaixo

Correndo na praia

Como corri com a minha câmera, fui tirando fotos pelo caminho. Fiz isso também em Bombinhas, em agosto deste ano. Só que dessa vez o calor estava muito forte. A corrida foi realizada em temperaturas que beiravam os 40°. Suei muito e a câmera não agüentou. Pifou com o suor na metade da prova, justamente no ponto mais alto, logo depois de eu tirar um foto minha com a vista maravilhosa de lá. Que inveja me deu na hora que a máquina quebrou, da máquina do meu amigo. Uma à prova d’água seria a solução! Vou comprar uma!

A saideira!

Começava então a segunda e mais difícil parte da prova. O terceiro quarto da prova já começava com uma subida de 180m de altitude. Saímos do nível do mar e fomos até o topo do morro em menos de 1km. E depois disso, a vida não ficava mais fácil. A descida não era simples e estava muito quente. Mas se descia, e já era hora de subir de novo. Tínhamos que passar por um descampado, e no alto dele tinha um alagado, onde era obrigatório colocar o pé na lama. Não só o pé, mas a canela inteira. Na descida uma estrada de terra batida, que parecia um deserto tamanho era o sol que estava a pino nessa hora. Um pouco depois disso, chega-se ao último posto de troca. Em todos encontrei pessoas que corriam em equipe que ainda estavam esperando um colega seu passar. Não dessa vez! Quando cheguei lá, tive a certeza que eu era o último colocado e ainda faltava ¼ de prova.

Nesse último trecho a prova seguia pela areia fofa da Praia de Manguinhos. Não bastava a areia estar fofa, a maré tinha subido e era impossível correr sem colocar o pé na água. Agora era só costear. Ao longe era possível ver o costão de pedras que teria que chegar. Demorei um pouco, mas cheguei lá. Mas como não tinha muita sinalização, eu às vezes perguntava se a corrida tinha passado por lá. Numa dessas escutei uma resposta que me fez rir: “Passou! Mas faz tempo!” Pelo menos eu estava no caminho certo. Ao chegar no costão, encontro com o Diretor da Prova, que estava lá, para acompanhar o último colocado.

Fui com ele até a praia da Tartaruga, pegamos um trilha e ele me deixou no km40, pois ele precisava pegar o carro. Agora só faltavam 2,195km e não tinha mais areia. Era só paralelepípedo, asfalto e pedras. Mas as pedras ficavam na linha de chegada.

Quando estava chegando na Rua das Pedras, encontro umas amigas da equipe que me oferecem cerveja. Estava doido por uma, mas quis correr que nem um louco para a linha de chegada. Dei o famoso sprint final e cruzei a linha de chegada de mãos dadas com 2 amigos meus. Tive a honra de cruzar a linha de chegada ao som do Tema da Vitória, que embalou muitas vitórias do Senna. Eu não estava ganhando a corrida, mas chegar ao final de uma corrida como essas foi uma vitória e tanto. Foram 7h de muito suor, muita luta e muita vitória. A corrida valeu, e muito!

Que venha Curitiba!!!

Deixo aqui meus agradecimentos a todos da Equipe Run4Fun, que é a minha equipe, a todos da Street Runners, que me acolherem muito bem, e a todos meus amigos do Marathon Maniacs. Foi muito bom correr essa ao lado de vocês!

2 comentários:

  1. Rodrigo,
    Infelizmente não vou poder estar nesta festa em Curitiba.
    Parabéns por completar mais um desafio.
    Abraços Pernambucanos
    Júlio Maratonista

    ResponderExcluir
  2. AEE Rodrigo, que venham as próximas! Parabéns por mais essa. []s

    ResponderExcluir