quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Projeto Europa

Hoje é dia 24 de fevereiro. Faz exatamente 1 semana que acabou o Carnaval, ficando a Vilsa Isabel, minha Escola em quarto lugar. Depois disso já desfilei no Sábado das Campeãs. Mas passada a apuração, minha cabeça estava 100% voltada para uma coisa:

PROJETO EUROPA

Resolvi fazer uma corrida em Londres. De uma corrida, passou para quatro na Europa. De quatro esse número mais qque dobrou. Vou fazer 9 Maratonas, sendo que a única cidade visitada que eu não correrei é Londres, justamente a que deu origem a todo esse projeto.

Estou partindo HOJE e só volto dia 27/04. Até lá vou escrever sempre que possíveol aqui e também num outro blog que estou mantendo em pararelo enquanto durar essa viagem.

O blog é dos Marathon Maniacs, e é referente à viagens pelo Mundo para correr Maratonas. Como sou o viajante da vez e o blog é novo, estou tendo a honra de estreá-lo.

Segue o link do Blog:
www.webrun.com.br/comunidade/blog/home/id/10/id_perfil/32054

Não precisam escolher apenas um para acompanhar. Vou escrever coisas diferentes em ambos, para que não fique chata a leitura. Algumas rediundâncias acontecerão, mas tentarei evitá-las.

Segue a ordem e as datas das corridas:

07/03/10 Maratona de Barcelona
14/03/10 Kilomathon England 2010
21/03/10 Maratona de Roma
26/03/10 Jurassic Coast Challenge - Day 1
27/03/10 Jurassic Coast Challenge - Day 2
28/03/10 Jurassic Coast Challenge - Day 3
11/04/10 Maratona de Paris
18/04/10 Maratona de Vienna
24/04/10 Cornwall Trail Marathon
25/04/10 Maratona de Shakespeare

É quase certo que o próximo post seja feito em Londres, onde ficarei baseado, por ser a casa da minha tia.

Um grande abraço!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

BR217 Parte Final - Da Barraca da Consolação até Paraiópolis! 217k corridos por duas pessoas em 35h41min!

É a hora do Capítulo Final! Faltam 18km para linha de chegada! Pouco se fosse considerado uma corrida isolada, mas depois de 199km, esses 18k pesam.

A saída do último trecho foi na Barraca de Consolação. Saindo da Barraca logo se enfrentava uma pequena subida. Fiz esse trecho ano passado, e o tinha começado a correr por volta de oito da noite. Dessa vez eu estava algumas horas adiantados, já que ainda não era quatro e meia da tarde.

Esse é um dos trechos mais difíceis da corrida e ainda teve uma complicação a mais: uma das pontes tinha caído por causa das fortes chuvas que tinham caído na semana anterior. Fomos informado que teríamos que atravessar uma pinguela, mas uma ponte alternativa foi construída, e na hora de achá-la me perdi um pouco. Acabei correndo 1km a mais do que o necessário. Após atravessas a ponte tinha duas opções: direita ou esquerda. Acabei optando erradamente pela primeira opção. Mas dessa vez percebi o erro mais cedo e reparei onde estava a marcação correta.

Alguns km mais a diante, pude encontrar com o carro de apoio. Aproveitei para reabastecer e segui viagem. O carro ainda seguiria comigo por mais alguns km, mas eu achava que ele poderia me acompanhar até o fim. Esse foi um grande erro de estratégia, pois quando não foi mais possível ter o apoio eu estava com a minha mochila de hidratação pela metade.

Não deu outra! Um pouco além da metade do caminho eu já sem água e sem ter onde abastecer. Isso me fez reduzir em muito o meu ritmo. Já não corria nem no plano. Não podia gastar a água do corpo, pois não teria como repor. Minha grande sorte foi ter passado por uma fazenda que tinha uma bica de água. Não posso dizer se era potável ou não, mas parecia limpa. Não pensei duas vezes: entrei na fazenda e reabasteci minha mochila. Agora teria mais 2L de água, o que era mais do que o suficiente. Finalmente pude voltar a correr.

Chegando perto de Paraisópolis começou uma rápida descida. Porém a cidade fica no alto de um monte e tudo o que desci logo depois tive que subir. Assim que cheguei no ponto mais alto o último morro (era uma serra) começava a derradeira descida. Mais algum tempo já estava dentro da cidade. Já não era mais estrada de terra.

Era só correr para o abraço. Só faltava 1km. Quando faltavam 500m encontrei o João e o Victor. Como eu estava num forte sprint final pedi que eles me seguissem. Assim o fizeram. Cruzamos a linha de chegada com 35h41min. Conseguimos acabar antes do anoitecer. Nunca senti tanta alegria ao acabar uma corrida. Gritei e chorei muito.

Recebemos a medalha ali mesmo. Junto com ela uma camiseta de Finisher.

Agora era hora de jantar, tomar um bom banho e dormir! No dia seguinte voltaríamos ao Rio, onde a vida voltaria ao normal...

Essa foi a maior aventura da minha vida até então! Digo até então, pois pretendo viver várias aventuras maiores, incluindo a BR135 solo, algo que pretendo fazer ano que vem.

É isso! Com esse relato acabo, com um mês de atraso, a minha epopéia da BR217. Que venham muitas outras corridas nesse ano, que mal começou e que promete muito!

Grande abraço,

E até a próxima, que está mais próxima do que vocês podem imaginar!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

BR217 Parte 5 - De Borda da Mata até a Barraca de Consolação

Acabou o Carnaval e por isso volto aos meus relatos! Tinha prometido acabar isso antes do Carnaval, mas a folia me impediu. E como agora estarei muito ocupado, ou escrevo agora, ou essa aventura vai ficar sem um relato final... Vou relatar aqui o penúltimo e o último trecho do João e o meu penúltimo.

O João voltou a correr em Borda da Mata e iria correr até Tocos do Mogi. Porém tinha uma chance de a estrada estar impedida para o carro e ele teria que correr sozinho até Estiva, o que dava um total de 39km. Isso no final de uma corrida era muito, mas seria algo que poderia acontecer.

Assim que ele começou a correr a chuva aumentou. Choveu ainda mais comparando com o que choveu enquanto eu corria. Como teria que encontrá-lo em Tocos e obrigatoriamente teria que passar por Estiva, lá fui eu dirigindo o carro até Estiva. O trajeto passava por Pouso Alegre,e como não agüentava mais dirigir, optei por parar o carro para descansar. Escolhi o melhor lugar que achei, que era um posto de gasolina bem movimentado no centro da cidade. Dormi por um pouco mais de duas horas. Não sei quanto tempo foi ao certo, mas acordei no susto, pois era hora de encontrar o João.

Algum tempo depois chegamos em Estiva e perguntamos se era possível chegar até Tocos do Mogi. Era! Ou seja, teríamos que ir até lá. Mas primeiro resolvi tomar um banho. Já passava de 24h de prova e eu ainda não tinha tomado banho. Banho tomado, espírito renovado! Agora era partir para Tocos de Mogi.

Meu medo era que o João já estivesse passado pela cidade há um tempo, então resolvi acelerar o máximo que a estrada de terra permitia. Encontramos ele 1km além da cidade, o que era ótimo, pois ele não tinha extrapolado o limite dele. Combinamos que ele me encontraria uns 4km adiante, para que eu repusesse meu estoque de água e Gatorade. Já tinha mais do que isso e nada deles. Resolvi pedir para um carro que passava que acordasse eles, para que eles pudessem me apoiar. Ainda bem que tomei essa decisão, senão eu teria corrido todo o trecho e eles teriam ficado por lá. Nada que nos atrapalha-se, já que a exaustão nessa hora era muita e já contávamos com ela.

Meu trecho seria de 21,7km. Já tinha corrido muito e ainda tinha uma Meia Maratona pela frente. Eles foram me acompanhando por todo o tempo (ainda bem que não voltaram a dormir!!!). A estratégia era dar uns km de vantagem e encontrar o carro de apoio depois. Num desses intervalos em que eu corria sozinho encontrei uma cobra! Mas ela estava morta, provavelmente atropelada, mas não quis ter certeza e tratei de voltar a correr. Na verdade voltei a andar, já que era uma ladeira bastante íngreme.

Depois que você chega no alto do último morro (eram vários), há uma descida de aproximadamente 4km, depois uma subida por alguns metros e o último km te levava para Estiva. Esse trajeto eu já conhecia, pois era exatamente o meu penúltimo trecho da BR do ano passado. Dessa vez também era meu penúltimo trecho e a vontade de terminar me fez descer a toda! Corri nesse trecho mais do que corri em toda a corrida. Dei aquele spint final, mesmo Estiva não sendo a linha de chegada. Mas foi gostoso chegar na cidade a toda e terminar meu quarto e penúltimo trecho.

Agora era vez do João correr novamente! Enquanto isso me pesei e fiz um teste de urina. Ambos foram bons! Poderia voltar a corrida. Fizemos um rápido almoço e voltamos à estrada. O João teria agora 25km pela frente e eu mais 18.

Como demoramos um pouco no almoço e na pesagem, só o encontramos novamente no km11, no alto de uma longa subida. Repomos o que faltava, e combinamos de encontrá-lo mais a frente. Isso foi feito e repetido algumas vezes. Na última vez acabamos cochilando e acordamos algum tempo depois. Como já estávamos perto da cidade de Consolação bateu o desespero. Era a penúltima cidade e eu trocaria com ele um pouco mais a frente, na famosa Barraca de Consolação, para os derradeiros 18km.

Encontramos com ele um pouco além da cidade, mas ainda longe o bastante da Barraca. Demos o último apoio e marcamos a troca para a Barraca, já que eu seria o responsável pelo último trecho. Comecei a preparar as minhas coisas e alguns minutos depois lá estava ele. Era hora de voltar a correr o que seriam os últimos quilômetros da prova. Nem precisa dizer que a adrenalina estava nas alturas.

Que venha a última serra que nos levaria até Paraisópolis...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

BR217 Parte 4 - De Crisólia até Borda da Mata

Tudo estava pronto para os nosso terceiros trechos. Passei a vez para o João em Crisólia e me preparei para seguir viagem, mas não sem antes tirar uma foto em frente a Igreja da cidade. Me arrumei e seguimos rumo à estrada, onde encontraríamos o João. Andamos alguns quilômetros e percebemos que ele não estava no caminho. Logo resolvemos voltar para começar a nossa caça, mas antes de chegar de volta à cidade, o encontramos já o caminho certo. Ele tinha errado uma seta ainda dentro da cidade e se perdeu por quase 1km, o suficiente para que não o víssemos. De volta ao caminho certo, agora era só seguir adiante

A próxima parada seria Ouro Fino, cidade que ficou famosa graças a uma música do Sérgio Reis (“Menino na Porteira” – “Quando eu viajava na Estrada de Ouro Fino, de longe eu avistava a figura de um menino”). Disse para mim mesmo que iria tirar um foto em frente à estátua que fica na entrada da cidade, mas devido à pressa para que não nos perdêssemos, pelo segundo ano seguido isso não foi possível! Ano que vem eu tiro! Ouro Fino fica a somente 6,4k de Crisólia. Próxima parada agora era Inconfidentes.

Aqui cabe um parêntese: (os atletas era pesados em alguns postos de apoio e não poderia perder mais de 7% de seu peso. Caso a perda fosse de 5%, o atleta seria avaliado e liberado ou não.)

Como o João já tinha sido pesado e tinha perdido mais de 5% de seu peso, combinamos que trocaríamos de lugar para que eu fosse pesado. Como esperávamos ser pesados no PA de Inconfidentes, trocamos de posição antes do local previamente combinado para que não corrêssemos o risco de uma eliminação precoce.

Mas acabou que não fui pesado no PA. Nova pesagem somente em Estiva e nesse ponto seria exatamente na hora que eu estaria correndo, não precisando assim de trocas antecipadas.

Ao passar pelo ponto de apoio e ter meu tempo anotado segui diretamente para o caminho. Tinha que correr pela estrada de asfalto por 1km até uma entrada para uma estradinha de terra. Nessa hora começou a chover e a estrada, onde não poderia passar o carro de apoio, ficou completamente intransitável. Era impossível correr. Corri mal e porcamente até a primeira subida íngreme, onde encontrei um carro desavisado completamente atolado.

Vale lembrar que comecei esse trecho 23h34min. Ou seja, além da dificuldade natural do trajeto, não tinha nenhuma iluminação a não ser aminha lanterna de cabeça e a faixa refletiva, que não refletia nada, pois não tinha nenhuma luz voltada para ela.


Segui no meu misto de caminhada e trote, já que era impossível correr, por alguns quilômetros, até avistar algo que marcaria bastante a minha corrida!!!

No meio do caminho tinha um boi ou touro. Não sou um apaixonado por boi, sempre tive receio de passar perto de um. No Desafio Praias e Trilhas do ano passado dei uma travada frente à uma vaca, mas acabei seguindo em frente, pois já tinha aprendido que ao se assustar o bicho, ele sai do caminho. Pois foi isso que fiz. Comecei a gesticular e a gritar! Mas reparei que o bicho não se mexia e não parava de me encarar! Resolvi pegar a estaca de sinalização e comecei a movimentá-la na esperança de que o boi saísse do lugar, mas nada! Resolvi seguir em frente. O que aconteceu? O boi avançou! Como não parei de mexer a estaca, ele não atacou, mas isso fez com que eu travasse e desistisse de avançar.

Ainda bem que alguns minutos depois (não sei precisar quantos, mas foi entre 5 e 15) surgiu o Wagner. Assim que o avistei fiz a seguinte pergunta: “Tem medo de boi?” Ao ouvir uma resposta negativa o avisei: “Mas esse é bravo, quase avançou em mim!”. Sua resposta: “Basta andar e dar uns gritos que ele sai”. Como disse que já tinha feito, ele falou para segui-lo. Foi o que fiz. Quando estávamos exatamente ao lado do boi o que ele fez? SIM, ele avançou de novo, como estávamos a menos de 3 metros dele, nos apavoramos. Pelo menos posso garantir que EU me apavorei. Ele chegou a menos de 1m da gente. Tivemos que recuar. Uma segunda tentativa de passagem foi realizada e não deu certo. Éramos duas pessoas tentando passar por dois bois (só um nos atacava) e só estávamos perdendo tempo! A solução foi pular uma cerca de arame farpado que separava a estrada onde estávamos do pasto. Ao pularmos não encontramos nenhum boi, e voltamos alguns metros mais a frente, já a salvos do boi, que não parava de nos encarar. Se fosse de dia, certamente teria tirado uma foto do boi que me fez percorrer 1km em 25min, mas como era de noite e não estava carregando a máquina (não quero nem imaginar o que o flash faria com esse boi) o boi segui sem ser registrado. No final da corrida descobri que esse boi atacou mais algumas pessoas. Mais uma surpresa que o caminho nos brindava. Correra BR sem emoção não tem graça.

Depois do boi o trajeto seguia por mais alguns quilômetros. Fui caminhando pelo restante do percurso junto com o Wagner. A chuva só aumentava e era cada vez mais difícil andar! Correr ou trotar era impossível. A melhor coisa que fiz foi ter arranjado uma companhia, pois a pilha da segunda lanterna que eu estava usando, e que tinha acabado de trocar, acabou. Como o Wagner tinha lanterna, filei a dele e seguimos conversando e caminhando. Quando chegou na cidade de Borda da Mata, onde eu encontraria com o João Paulo e ele seguiria a corrida solo, resolvi caminhar junto com ele até a praça central onde sua família o esperava. Depois de usar a lanterna dele como guia não poderia deixá-lo para trás. Seria o cúmulo da falta de consideração.

Foi um prazer acabar aquele trecho, que não teve nada de prazeroso. Acabei os 20,1k em 4h17’. Foi um tempo horrível, mas considerando a chuva, o terreno e principalmente o boi, achei o tempo maravilhoso. Era a vez do João correr. Tão logo ele começou a correr e a tempestade caiu de vez. Só iríamos encontrá-lo novamente em Tocos do Mogi, isso se a estrada deixasse, mas aí já é o próximo trecho.

Volto em breve para contar o penúltimo capítulo dessa longa história. Prometo acabar de contar tudo até o Carnaval. Até porque meu Carnaval é sagrado e 1 semana depois da quarta feira de Cinzas, quando espero que a Vila sagre-se campeã, embarco para a Europa no meu Projeto Europa que será muito comentado aqui.

Um grande abraço.

OBS: com esse terceiro trecho dos dois completamos 134km de prova. Ainda faltavam 83km, uma Maratona para cada!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

BR217 Parte 3 - Do Pico do Gavião ate Crisólia

Quando passei a bola para o João, sabia exatamente o que ele iria enfrentar. Foi justamente o meu primeiro trecho no ano passado. Teria que primeiro passar por Andradas e depois subir até Serra dos Limas. Não era possível acompanhá-lo no primeiro trecho, em virtude da estrada de terra ainda estar molhada, possibilitando o atolamento. Resolvemos esperá-lo em Andradas, onde aproveitei para lanchar, trocar de roupa e descansar. Algum tempo depois ele surgiu, e o seguimos, já que nesse trecho poderíamos acompanhá-lo.

Era um trecho cheio de subidas e descidas de aproximadamente 15k. Ano passado foi o pior trecho da prova para mim, pois chovia muito e a estrada mal dava para andar, quanto mais correr, mas esse ano a estrada tinha sido concertada e estava ótima. Após andarmos juntos por uns 10k, resolvemos seguir em frente, pois eu logo teria que voltar a correr. Ele ficou para trás sem apoio e combinamos nos encontrar em Serra dos Limas.

Assim que o Victor e eu chegamos, fui logo comendo a macarronada que os atletas têm direito. Depois usei um banheiro limpo, e fui me preparar para correr. Como já estava no final da tarde, me preparei para correr no escuro, com a lanterna de cabeça (headlamp) e a faixa refletiva, ambos obrigatórios no período noturno. Me abasteci de água na mochila e Gatorade na garrafa de mão. Esperei o João chegar e comecei o meu segundo trecho.

Detalhe que eram 17h50 e no ano anterior estávamos no mesmo ponto aproximadamente à Meia Noite. Foi aí que percebi pela primeira vez que estávamos bem adiantados em relação à mesma corrida no ano passado.

Comecei a correr por uma tremenda subida. 4k depois estava em Barra, um pequeno bairro. Lembrei bastante desse lugar, pois foi aonde perdemos o Peter ano passado. Tinha uma seta para a esquerda, mas como estava muito escuro ele não viu e seguiu para a direita. Isso nos custou 7km rodados à toa. Passei pela seta em questão pintada em frente à Igreja e tirei uma foto para mostrar para o Peter. Sentado na escada da Igreja estava meu grande amigo Seabra, que ano passado tinha feito a BR solo e esse ano estava trabalhando como voluntário na organização.

Um pouco mais a frente tinha um rio, que para passar tinha 2 alternativas: ou molhava-se o pé, ou andava com muito cuidado por uma pedras que tinham que possibilitavam a passagem. Escolhi a segunda opção, o que foi ótimo, já que por causa do cuidado que tinha pude perceber a presença de uma fonte de água natural, onde pude me reabastecer, visto que não teria apoio ao longo desse percurso.

Precisamente às 20h começou a escurecer, e ainda restava pelo menos uma hora de corrida para mim. Liguei minha lanterna e segui viagem. Um pouco mais a frente comecei a cruzar com os carros de apoio de outros corredores. O terceiro carro a passar era o meu! Ele me seguiria até perto de Crisólia, onde acabaria meu trecho. Ainda bem que o carro estaav por perto, visto que a minha headlamp apagou justamente quando não existia mais luz natural. Se o carro não estivesse por perto, eu teria que seguir no breu.

Troquei de headlamp e segui viagem. Já era possível avistar Crisólia. Na praça principal da cidade, que parecia ser a única, encontrei com a minha equipe. Era hora de parar de correr. Passei novamente a Bola para o João. Cada um já tinha feito 2 trechos, o que totalizava até o momento 97k em 13h de corrida.