terça-feira, 30 de março de 2010

Roma - Nada como correr numa cidade histórica


Ah Roma, que cidade boa de visitar! O que tem de bela a cidade, a Maratona tem de difícil...

A concentração é aos pés do Coliseu. E começar uma Maratona tendo ele como vista é uma senhora responsabilidade. Ainda mais uma Maratona comemorativa aos 50 anos das Olimpíadas de Roma. Era apenas a 16ª edição, mas mesmo assim tinha um bocado de história nessa edição.

Dada a largada, demoro 5min para cruzar a linha e sigo em direção à Piazza Venezia e ao Campidoglio. Antes de cruzar a placa do Km2, cruzo com a do Km40. Sim, a corrida passaria novamente por ali. Logo depois vem o Circo Massimo, onde havia corrida de cavalos e bigas. Um pouco depois do Km5 passo perto da Basílica de São Paulo, que fica mais ao sul de Roma, no limite dos mapas turísticos. Mais adiante vem a Pirâmide, e depois a corrida segue por algumas ruas bonitas, mas sem grandes atrações.

Isso até se chegar no 15º km. Primeiro você cruza pelo Castelo de Sant’Angelo. O Castelo é uma das divisas do Vaticano, mas pro enquanto fica-se fora do Vaticano. Até que de repente vira-se à esquerda (ou sinistra, em italiano) e se vê o muro da Vaticano! Sim, a corrida passa por dentro dessa minúscula, mas muito importante Cidade-Estado. Não só passa pelo Vaticano, como passa pela Piazza San Pietro, a famosa Praça São Pedro, onde o Papa Bento XVI abençoaria a multidão mais ou menos 1h30 depois. Ah! E parte da multidão já estava lá e apoiando a corrida.

Até a marca da Meia-Maratona, a corrida segue sem novidades de percurso, nem de rendimento. Meu tempo está bom, bem parecido com o de Barcelona, mas eu sabia que dessa vez não poderia manter isso por muito tempo. Por dois grande motivos: essa corrida era mais difícil e essa semana tem um desafio de 3 Maratonas em 3 dias. Cruzo a metade da prova e na altura do km22 passo nos fundos do meu albergue. Um pouco mais a frente tem o Estádio Olímpico e o Estádio de Mármore, onde acabou a Maratona Olímpica. A maioria nem dá bola, pelo fato do estádio não estar tão aparente assim, mas eu já havia estado lá na quinta-feira.

Chego ao Km24! Novamente nele, como na minha estréia em Maratonas, em 2003, sou obrigado a andar. Na verdade foi uma andada bem estratégica, pois não queria forçar. Essa andada seria repetida mais 1x até que na altura do km28 ouço uma pessoa vindo e gritando: “Rodrigo!!” Como assim alguém sabia o meu nome no meio da corrida? Ainda mais em Roma... Dessa vez não tinha o nome escrito no número. Era o Miguel Delgado, da Equipe Baleias de Belo Horizonte, que estava lá. Resolvi acompanhá-lo e fomos conversando por uns km, até que no km32, quando faltavam apenas 10 para acabar deixo-o seguir e vou fazer novamente a minha caminhada. Valeu pela força nesses kms.

Mas um das melhores atrações da Maratona assim como meu passeio favorito em Roma estava para chegar. Acertou quem pensou na famosa Fontana de Trevi. Sério, essa fonte é muito linda. Passei por ela simplesmente em todos os dias da minha estada em Roma e tirei inúmeras fotos. Passar por ela ao longo dessa corrida foi espacial. Foi justamente na frente da Fontana que fiz algo que não costumo fazer em corridas: parei! Mas foi muito rápido e para tirar uma foto. Não me perguntem o porque, mas esse monumento é de longe o meu preferido e todos os que eu já vi pelo mundo. É maravilhosa!

Depois da Fontana, passa-se novamente pelo Km40, dessa vez por ele realmente. Agora, como de costume, é hora de tirar a bandeira do bolso, e abri-la, para que todos pudessem ver de onde eu era. Não demorou nem 1min para alguém gritar: “Vai Brasil!!!” e assim foi até a chegada. Nesses 2 derradeiros km, corre-se por onde você já passou, até que se avista o Coliseu e do lado a placa de km41. 195m mais a frente um pórtico escrito em letras gigantes “ULTIMO QUILOMETRO”, assim mesmo sem acentos, pois estava em italiano. Era hora do sprint final, que não foi tão sprint assim pensando na pedreira dessa semana.

Cruzo a linha de chegada com 4h40’06”. Meu segundo melhor tempo, só perdendo para Barcelona. Ou seja, um tempo excelente!

Comemoro como se fosse a primeira Maratona da minha vida e vou pegar a medalha. Medalha essa que até o momento é a medalha de Maratona mais bonita que recebi, assinada inclusive por um artista plástico. E como eu tinha pago a personalização da medalha, juntamente com a inscrição, ainda voltei com essa medalha linda e com o meu nome escrito nela.

Roma foi, sem sombra de dúvida, uma excelente Maratona e viagem.

Até o fim de semana pretendo contar como foi o Jurassic Coast Challenge, quando corri 3 Maratonas em trilhas, em 3 dias!

Um comentário:

  1. Adorou mesmo a fonte, hein! Parabéns por mais uma. Maratona em 3 dias? essa eu quero ler. []s

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