terça-feira, 7 de setembro de 2010

Jurassic Coast Challenge - 3 Maratonas em 3 dias (Dia 2)

O segundo dia começou igualzinho ao primeiro, a única diferença é que não seríamos transportados para a largada, nós já estávamos hospedados nela. Tomei meu café da manhã, participei do briefing do segundo dia e fui junto com o Grupo 2 largar (eram 3 Grupos: 1, só de caminhante; 2, de corrida e caminhada; e 3, só de corrida).


Largada feita partimos para uma península chamada Portland, onde aconteceria metade da prova, daríamos a volta nela e retornaríamos pela mesma estrada para completar a outra metade.



Os 3 primeiros quilômetros eram só de asfalto e foram feitos tranquilamente, mas tão logo ele acabava já encarávamos uma subida bastante íngreme em uma escada feita de pedra. Nada fácil, e isso derrubou absurdamente o meu ritmo, até então muito acima do esperado.


Outro detalhe que tenho que contar é que a mochila, que devia pesar facilmente 4kg incomodava cada vez mais, e minhas costas estavam doendo da véspera.

O primeiro Check-Point (CP) ficava exatamente no final da península, o que impedia que algum malandro cortasse caminho, se bem que esse não era o espírito de ninguém que tava ali, pois cortar caminho só desmereceria nosso feito. Mas era obrigação da organização tentar evitar isso. Quando cheguei lá eu já era o último do meu grupo e já passei lá o último de G1, que largara 45min antes. Nenhum do G3 tinha me passado ainda, pois largaram 1h15min depois de mim, e ali era ainda o km 9.

A volta, pelo outro lado da península, era ainda mais difícil, pois algumas vezes tínhamos que sair do caminho mais óbvio e o relevo era bem acidentado, cheio de sobe e desce, o que só gerava mais cansaço e perda de tempo. Nessa hora passei a penúltima pessoa do G1, e comecei a ser passado pelo G3.


Logo quando melhorou o terreno, e justamente quando não tinha ninguém por perto, cheguei numa bifurcação. Olhei o mapa e não soube precisar aonde eu deveria ir. Escolhi um dos lados: o errado. Andei uns 500m e percebi que estava estranho o fato de não ter mais ninguém passando. Perguntei para quem estava lá, e me falaram que eu era o primeiro que passava lá correndo, ao falar que eu participava de uma competição me perguntaram: “Está ganhando?” e eu: “Não, estou perdido!” Dei meia volta e consegui achar o caminho certo, que era um caminho de terra justamente no meio da bifurcação.


A partir daí era só descida até voltarmos para mais 3km de asfalto, na mesma estrada, até chegar no CP2. Ali era exatamente a marca da meia maratona e encontrei lá vários corredores que tinham me passado e outros tantos chegaram. Fiquei uns 15min lá, e quando saí ainda chegava gente.



Não demorou meia hora e fui passado por uma mulher do G3 e junto com ela vinha um cara da organização. Assim que ela me passou e parou para falar comigo: “Sou o swipper”. Swipper é o termo utilizado para a pessoa ou veículo que acompanha o último, chamado no Brasil de vassourinha, ou qualquer variante. Por alguns quilômetros, quando eu andava ele andava, quando eu corria ele corria. Foi bom ter uma companhia, e quando chegamos numa zona urbana (era a única vez que passaríamos por uma cidade de pequeno porte) asfaltada, eu segui correndo, com ele junto.


Na hora que eu iria passar um casal, resolvo acompanhá-lo e vamos em quarteto por mais alguns minutos. Resolvo seguir meu rumo um pouco antes do CP3, quando já tínhamos passado mais uma pessoa e o swipper não estava mais com a gente. Antes disso, passamos por o único ponto com lama do dia, e a lama era muita, dificultando ficar em pé e muitas vezes prendendo o tênis. Foram algumas vezes que puxei o pé e o tênis não veio.



No CP 3 encontro outros competidores partimos todos praticamente juntos para os último 9km. Após a subida, resolvo correr forte, o que era de se surpreender, pois era o final do segundo dia.


Faltando aproximadamente 3km para alinha de chegada, vejo o que seria uma das maiores obras da natureza. Era a encosta famosa da costa jurássica, que é de fazer você parar para admirar. Parei alguns segundos! Valia a pena!



Antes de chegar, tinha ainda que descer uma escadaria de terra, subir outra, passar por mais um ponto lindíssimo, para só então avistar a chegada na parte mais baixa. Era hora de pegar a bandeira, que estava na mochila e partir para o abraço. Desce escadaria (mais uma) voando baixo.


Completei esse dia em 8h50min43seg. Durante muito tempo fui o último, mas 12 pessoas terminaram depois de mim, e outras 12 desistiram! Ou seja, ganhei de 24. Na verdade eu ganhei de mim mesmo, pois a corrida foi duríssima.



Agora era só voltar para o hotel, distante 30km e descansar para o terceiro e derradeiro dia! Só para constar, a quilometragem desse dia era superior a 43km.



Grande abraço

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