domingo, 21 de fevereiro de 2010

BR217 Parte Final - Da Barraca da Consolação até Paraiópolis! 217k corridos por duas pessoas em 35h41min!

É a hora do Capítulo Final! Faltam 18km para linha de chegada! Pouco se fosse considerado uma corrida isolada, mas depois de 199km, esses 18k pesam.

A saída do último trecho foi na Barraca de Consolação. Saindo da Barraca logo se enfrentava uma pequena subida. Fiz esse trecho ano passado, e o tinha começado a correr por volta de oito da noite. Dessa vez eu estava algumas horas adiantados, já que ainda não era quatro e meia da tarde.

Esse é um dos trechos mais difíceis da corrida e ainda teve uma complicação a mais: uma das pontes tinha caído por causa das fortes chuvas que tinham caído na semana anterior. Fomos informado que teríamos que atravessar uma pinguela, mas uma ponte alternativa foi construída, e na hora de achá-la me perdi um pouco. Acabei correndo 1km a mais do que o necessário. Após atravessas a ponte tinha duas opções: direita ou esquerda. Acabei optando erradamente pela primeira opção. Mas dessa vez percebi o erro mais cedo e reparei onde estava a marcação correta.

Alguns km mais a diante, pude encontrar com o carro de apoio. Aproveitei para reabastecer e segui viagem. O carro ainda seguiria comigo por mais alguns km, mas eu achava que ele poderia me acompanhar até o fim. Esse foi um grande erro de estratégia, pois quando não foi mais possível ter o apoio eu estava com a minha mochila de hidratação pela metade.

Não deu outra! Um pouco além da metade do caminho eu já sem água e sem ter onde abastecer. Isso me fez reduzir em muito o meu ritmo. Já não corria nem no plano. Não podia gastar a água do corpo, pois não teria como repor. Minha grande sorte foi ter passado por uma fazenda que tinha uma bica de água. Não posso dizer se era potável ou não, mas parecia limpa. Não pensei duas vezes: entrei na fazenda e reabasteci minha mochila. Agora teria mais 2L de água, o que era mais do que o suficiente. Finalmente pude voltar a correr.

Chegando perto de Paraisópolis começou uma rápida descida. Porém a cidade fica no alto de um monte e tudo o que desci logo depois tive que subir. Assim que cheguei no ponto mais alto o último morro (era uma serra) começava a derradeira descida. Mais algum tempo já estava dentro da cidade. Já não era mais estrada de terra.

Era só correr para o abraço. Só faltava 1km. Quando faltavam 500m encontrei o João e o Victor. Como eu estava num forte sprint final pedi que eles me seguissem. Assim o fizeram. Cruzamos a linha de chegada com 35h41min. Conseguimos acabar antes do anoitecer. Nunca senti tanta alegria ao acabar uma corrida. Gritei e chorei muito.

Recebemos a medalha ali mesmo. Junto com ela uma camiseta de Finisher.

Agora era hora de jantar, tomar um bom banho e dormir! No dia seguinte voltaríamos ao Rio, onde a vida voltaria ao normal...

Essa foi a maior aventura da minha vida até então! Digo até então, pois pretendo viver várias aventuras maiores, incluindo a BR135 solo, algo que pretendo fazer ano que vem.

É isso! Com esse relato acabo, com um mês de atraso, a minha epopéia da BR217. Que venham muitas outras corridas nesse ano, que mal começou e que promete muito!

Grande abraço,

E até a próxima, que está mais próxima do que vocês podem imaginar!

2 comentários:

  1. AEEEEEEEEEEEe
    Parabéns aos dois! Essa foi sofrida e o esforço compensou. Que venha a odisseia europeia.
    []s

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  2. Ainda bem que na fazenda que vc entrou para encher a mochila de hidratação não tinha cachorro, já pensou se tivesse...rsss...Parabéns pela conclusão da Br 135 e aproveite o ano de 2010 para fazer uma boa preparação solo para 2011...Boa sorte nas provas da Europa.

    Um abraço,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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